O tornado ocorrido em Indaiatuba, SP, na quarta-feira, foi o mais intenso já registrado no Brasil, segundo análise do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Toni Marques escreve para ‘O Globo’:
Nunca havia sido documentado no país um tornado com força entre F1 e F2 na escala que mede a intensidade dos tornados, que vai até F5.
A variação de intensidade, entre F1 e F2, varia de 117 km por hora até algo entre 181 e 253 km por hora.
O Inpe registrou mais dois tornados nesta quinta-feira, de fraca intensidade, também no estado de SP.
Como este ano já foram registrados sete tornados no país, incluindo os de anteontem, e dois no ano passado, o número de ocorrências do fenômeno já encosta, nos últimos 17 meses, no número documentado ao longo de toda a década de 90: dez tornados.
Segundo Osmar Pinto Júnior, chefe do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe, ainda não é possível explicar a razão pela qual os tornados aconteceram com mais freqüência nos últimos dois anos, tampouco determinar se o Brasil estaria vivendo uma tendência de aumento de ocorrência de tornados.
’O que aconteceu foi um evento raro. Tudo leva a crer que foi o mais intenso já documentado no Brasil. A grande questão é, sabermos se foi uma situação aleatória, dentro da normal variação dos fenômenos meteorológicos, ou se existe uma tendência indicando que pode ser intensificado.’
Somente ao longo dos próximos anos haverá condição de se determinar um padrão, diz ele. Qualquer tentativa de ligação do tornado de anteontem com conseqüências do aquecimento global ou do efeito estufa é prematura.
Tornados podem atingir até 510 KM por hora
No Brasil não havia registro de tornados, mas agora parece que estão se estabelecendo, com o desmatamento constante e o aumento da poluição em ritmo frenético, e com a impermeabilização do solo das cidades, ou seja, somente asfaltos e concretos, e com as pessoas preocupadas cada vez mais apenas em mostrar a beleza estética de suas casas, cortam as árvores, não tendo consciência que esta incorrendo graves riscos de vida, sem as arvores, a poluição de dióxido de carbono aumenta, sem as arvores, as nascentes que precisam receber as águas das chuvas secam, deixando verdadeiras crateras subterrâneas, no qual, casas, prédios e bairros inteiros podem desaparecer em segundos, sei que é assustador, mas o povo não pode continuar brincando de surdo e mudo o que esta ocorrendo é real, enquanto os políticos, ou são mesmo ignorantes ao fato, ou querem continuar este engodo até que o pior possa e já aconteceu em varias partes do Brasil e Mundo, temos que deixar de lado o medo e enfrentar o problema que esta diante de todos, a solução você já sabe, agora depende de você, ou enfia sua cabeça no buraco como avestruz ou sai a luta em defesa do meio ambiente. Esperamos sua decisão bem rápido…
Para o técnico, porém, o que se pode determinar é que o Inpe tem de ficar alerta e estudar cada vez mais o fenômeno, em vez de tomá-lo como uma anormalidade aceitável.
’Não podemos assumir que essa variação seja normal. Temos que pesquisar e avaliar se isso pode vir a ser algo sistemático e por que razão.’
Osmar Pinto Júnior acrescenta que, para uma tempestade normal no mês de maio, a freqüência de descargas elétricas é de quatro mil. Anteontem, foram 20 mil.
No verão, quando ocorre o maior volume de descargas, elas chegam a cem mil. Segundo o técnico, não há condição de prever tornados, porque eles são um dos quatro fenômenos possíveis de uma tempestade.
Os demais são raios, granizo e ventos fortes. Pode-se apenas prever as tempestades.
(O Globo, 27/5)
Tornado e 20 mil raios atingem SP
‘Foi um fenômeno climático completamente fora do normal para esta época’, afirmou Osmar Pinto Júnior, chefe do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
No pior temporal em SP dos últimos 17 anos, com 20 mil raios, ventos de mais de 150 km por hora e 12 horas de chuvas fortes e ininterruptas, seis pessoas morreram e milhares ficaram presas em alagamentos
O mais impressionante foi um tornado que varreu a cidade de Indaiatuba, a 112 quilômetros da capital.
O tornado arrancou um trem dos trilhos, destruiu completamente o galpão de uma empresa, derrubou postes de alta tensão e árvores e jogou placas de ferro a dezenas de metros de distância.
A prefeitura de Indaiatuba decretou estado de calamidade. A cidade está completamente às escuras, as aulas foram suspensas e os hospitais só atendem casos de emergência.
O tornado também danificou uma escola pública onde estavam 600 crianças. Ninguém ficou ferido. A área mais afetada foi o distrito industrial de Indaiatuba.
Das 400 empresas instaladas, dez foram as mais atingidas. Cinqüenta postes de luz caíram, provocando explosões. Pelo menos 75 pessoas estão desabrigadas.
O tornado foi provocado por uma supertempestade, completamente atípica para esta época do ano. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou cerca de 20 mil raios de madrugada no estado de SP.
Um recorde para maio desde que os raios começaram a ser cientificamente registrados no país, há cinco anos.
O chefe do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), Osmar Pinto Júnior, diz que o normal para maio seria uma média de mil raios por tempestade.
Tornados são fenômenos extremamente raros e perigosos. Embora não atinjam áreas extensas e sejam breves, podem ter ventos mais arrasadores que os furacões.
Um tornado na categoria F5 é considerado devastador. Tem força suficiente para arrancar asfalto do chão, arrastar trens e caminhões.
’Ainda é cedo para tirar conclusões, mas foi uma fenômeno climático completamente fora do normal para esta época. Curiosamente, tivemos também dois tornados, aparentemente menores, em maio de 2004. Não é o tipo de clima que se espera em maio’, disse o cientista.
Na capital paulista, o temporal teve início por volta das 19h de terça-feira e se prolongou por toda a madrugada e manhã de quarta-feira, num volume total de 140,4 milímetros, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.
De acordo com meteorologistas, choveu o dobro do esperado para o mês de maio.
Os rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí transbordaram e impediram o tráfego nas marginais por sete horas. Foram registrados 117 pontos de alagamento em toda a cidade. Os paulistanos ficaram presos em gigantescos congestionamentos e não conseguiram chegar ao trabalho.
A forte chuva que atingiu o estado na terça-feira matou seis pessoas, três delas no interior. Uma pessoa morreu em Capivari, uma em Mairinque, uma em Ibiúna, uma em Mairiporã e duas no Guarujá.
Em Capivari uma mulher morreu após uma viga de placa de propaganda atingir o carro dela. Dezenas de pessoas ficaram desabrigadas.
Em Mairinque, um homem que tentava tirar o carro de uma enchente morreu afogado. Em Ibiúna, uma casa desabou e matou uma mulher.
As obras de rebaixamento da calha do Rio Tietê desta vez não foram suficientes para conter o volume de chuva. Depois de três anos sem enchentes, o Rio Tietê transbordou e alagou 18 trechos na marginal.
O governador Geraldo Alckmin disse que vai mandar retirar as placas instaladas no Tietê depois das obras comemorando o fim dos alagamentos. Parte da cidade ficou ilhada.
Por causa dos alagamentos nas marginais, os veículos não conseguiam entrar nem sair da cidade. A enchente provocou congestionamento em todas as rodovias que cortam SP.
Na Castello Branco, depois de esperar por horas motoristas arrancaram as defensas da rodovia para voltar ao interior passando pelo canteiro central.
O transporte na cidade também foi prejudicado. Os alagamentos dificultaram o trajeto de 177 linhas de ônibus. Na Zona Leste, vários bairros ficaram sem água e energia elétrica.
(O Globo, 26/5)
Novos tornados surgiram no Brasil desde então, sendo ainda mais devastadores. Isto só vem a esclarecer que realmente já existe um corredor deste fenômeno que se estende desde o Rio Grande do Sul passa por Santa Catarina, Paraná até o interior de São Paulo.
Cientistas também não descartam de novos furacões no litoral brasileiro. Um deles está previsto para até 2070 no Rio de Janeiro com grandes proporções.